sábado, 30 de junho de 2012

“E você fala com a voz mais baixa do mundo que não queria ter de ir embora. E eu te peço, com a voz mais baixa do mundo, pra você ficar.”

Eu só quero uma companhia para juntar as mãos na minha, cantar canções desafinadamente , não quero que todos os dias sejam de sol, mas que esse alguém me abra uns sorrisos bestas depois da chuva, sorrisos nescessários, sorrisos livres!

-Ele te amou?
- Eu não sei. Só sei que me sentia bem quando estava nos braços dele.
Tati Bernardi



Não procurava nada, nem companhia silenciosa para tomar um café comigo. Mas ele apareceu e aos pouquinhos acalmou minha mente, parece até que está traçando seu caminho para o meu coração. Por mais que eu tente eu nunca chego no horário, me distraio e me atraso. Fico toda atrapalhada, essa minha timidez embaralha tudo que deveria demonstrar. Com os outros parece fácil, parece simples, é simples na verdade, mas descobri que com esse moço não é assim. Se eu me distraio um segundo, eu perco o fio da meada e acabo arruinando tudo com esse pequeno.
É fácil ele brincar comigo. Brinca sem nem saber. Usando seus olhos embriagados, suas mãos extremamente masculinas, suas costas delineadas, seu cheiro e a textura da sua pele,seu sorriso ... Nao sei onde isso vai me levar, nem sei se quero saber. Só nao vou criar expectativas, nem me deixar levar pelas mentiras que nenhum homem consegue evitar de contar. Até porque ele decora meus textos mas talvez nunca perceba os pretextos!

terça-feira, 26 de junho de 2012

Cazuza ainda dizia, lá no meio dos versos, que pega mal sofrer. Pois é, pega mal. Melhor sair pra balada, melhor forçar um sorriso, melhor dizer que está tudo bem, melhor desamarrar a cara. “Não quero te ver triste assim”, sussurrava Roberto Carlos em meio a outra música. Todos cantam a tristeza, mas poucos a enfrentam, de fato. Os esforços não são para compreendê-la, e, sim, para disfarçá-la, sufocá-la. Ela que, humilde, só quer usufruir do seu direito de existir, de assegurar seu espaço nesta sociedade que exalta apenas o oba-oba e a verborragia, e que desconfia de quem está calado demais. Claro que é melhor ser alegre que ser triste (agora é Vinícius), mas melhor mesmo é ninguém privar você de sentir o que for. Em tempo: na maioria das vezes, é a gente mesmo que não se permite estar alguns degraus abaixo da euforia.
Martha Medeiros 

segunda-feira, 25 de junho de 2012

"Sou mestre na arte de falar em silêncio.
Toda a minha vida falei calando-me
e vivi em mim mesmo tragédias inteiras sem pronunciar uma palavra…"

 
― Fiódor Dostoiévski
Tu és boba, Pequena.
E eu também.
Seremos um casal muito bobo.
Moraremos primeiro num apartamento pequeno e simples, enquanto fazemos nossos mestrados e doutorados.
Acho que em cima de um restaurante, na Irlanda!
Nem na Inglaterra, nem na Itália; Talvez na Alemanha!
E ve se aceita, Pequena, que eu já decidi tudo!

Da nossa primeira briga

(...)
 _ Pequena, lembras a primeira música que cantei pra você?
_Esse não era o tópico da conversa! Isso não tem importância agora!
_Nossa música não tem importância?
_ Se for pra falar de importância, se eu fosse mais importante você teria atendido o meu telefonema na semana passada.
_ Você sabe que eu não podia; tava ensaiando.
_ Até sua maldita banda é mais importante do que eu.
_ Seus benditos livros são mais importantes do que eu.
_ Buscaglione! Você cantou Buscaglione!
_ Não! Eu cantei Bob Dylan.
_ Você cantou Bob Dylan quando disse que sentia algo, que não sabia o que era, por mim pela primeira vez, foi quando me acompanhou pra comprar o livro da Clarice Lispector…
_ Lembro! Até você disse que ela tinha um romance com o Fernando Sabino e eu disse que não…
_ Claro que teve!
_ Não teve, não. Agora vai dizer que Parmênides é melhor do que Heráclito!
_ A gente já discutiu essa história e você sabe que Heráclito é…
_ Incrível! Assim como A Insustentável Leveza do Ser é melhor do que Madame Bovary.
_ Nunca, meu bem, nunca! Flaubert foi o melhor da história!
_ Ah, claro, assim como Godard é melhor do que Truffaut, né?!
_ Godard só foi bom antes dos dois brigarem…
_ Mas bem que gostar da Anna Karina, você gosta.
_ E o que ela tem a ver com isso?
_ É como dizer que a inspiração não vale de nada pra criação.
_ Não ponha palavras na minha boca!
_ Chata!
_ Grosso!
_  Pequena!
_ Você sabe que não resisto quando me chamas de Pequena!
Acontece que  tens uma mente bem bagunçada, pequena. Acontece que tuas indecisões e incertezas formam labirintos. Lembra aquele dia no cinema? Quando vimos um romance mais clichê que ciúmes besta e me disseste que odiava qualquer filme que desse vontade de me abraçar? Acontece que eu estava ali do teu lado. E, acredite, esperei um bocado por esse abraço. Aí te perguntei por que não me abraçava e tu disse que tinha medo, lembra? Eu mergulhei na tua mente depois disso. Talvez por isso tenha chorado. Entrei em ti através dos teus olhos. E achei engraçado as imagens que cria de mim. De nós. E me deixei levar. Gostei dos teus sonhos e acabei dormindo contigo. Por que não me chamou pra sonhar junto? Era só me abraçar ali e me pedir felicidade que eu te encaixava em meus planos no mesmo segundo.

Desconfio de tudo e de todos.
obsessao-urbanoide:

Bukowski, em Factótum.
Bukowski, em Factótum.

(Aqui deveria estar o seu nome)

Talvez seja você. A vida vai dizer. De qualquer forma: obrigado por me fazer dormir sorrindo.
— Clarissa Corrêa.
Na verdade desisti dessa ilusão que chamam de amor!
 
Desisti do que ia falar. Você não precisa saber mesmo. A vida, o tempo, os acertos: todos darão um jeito de falar em voz alta. Eu não, ainda não posso. Desisti, porque assumir quem se carrega no peito, é corajoso demais para mim. E eu, você pode até não saber, mas eu sou covarde. 
Desisti do que ia te escrever. Desisti de procurar teus abraços. Desisti de tentar manter nossos laços.
Simplesmente Desisti.DesisTI!

Felicidade pode ser qualquer coisa. Uma cachaça, um beijo, um orgasmo, um futebol na tarde de domingo.
Zeca Baleiro - Felicidade Pode Ser Qualquer Coisa.
Não diga nada, saiba de tudo, fique calada, me deixe mudo. Seja no canto, seja no centro, fique por fora, fique por dentro, seja o avesso, seja a metade. Se for começo fique a vontade, não me pergunte, não me responda, não me procure, e não se esconda.
Chico Buarque.
olheosmuros:

Um pequeno conto de amor em Pinheiros - SP
Eu, com a cara mais lavada digo, por quê não? Por que não eu?
Kid Abelha
 
Em paz eu digo que eu sou
O antigo do que vai adiante
Sem mais eu fico onde estou
Prefiro continuar distante…
Resposta - Skank.
(sempre eu.)
 
Enlaçamos nossas mãos,
te canto versos gemidos respondes com respiracoes entrecortadas,
te tomo por gestos de paixão,
me tomas numa fome e ânsia louca
Na minha cabeça fico a rimar coisas bestas
e nos acabamos num tremor…
No rádio tocava uma velha canção: “meus amores morrem antes mesmo de nascer”. Sim, este era o seu caso, seu destino.
— Paulo Coelho 
 
Pensei em tudo o que poderia dizer e o repeti mil vezes a mim mesmo quando estava deitado na escuridão. Que lutas íntimas travei! Se soubesses como estava farto daquela vã tagarelice! Eu queria esquecer tudo e recomeçar a vida ponto termo, especialmente, aqueles solilóquios.
— Fiódor Dostoiévski  
 
– Fala mais - ele pediu.
– Falar mais? Sobre o quê?
– Ah, de ti.
– Eu não sei. Você sentou aqui comigo nesse ponto de ônibus, perguntou o meu nome, eu perguntei o seu e foi isso. Nós precisamos de mais assunto?
– Você gosta de Guns n Roses?
– Guns n Roses? Por que  Guns n Roses?
– Todas as moças que me apaixonei até hoje eram loucas por Guns n Roses.
– Bom, eu não sou louca por Guns n Roses  - ela respondeu com a voz firme.
– Ótimo, agora eu sei que pode dar certo.
– Certo? Por que algo daria certo? – perguntou espantada.
– Porque todas as outras foram embora. Você não gosta. Ficará.
– Quem disse?
– Você poderia ter levatando daqui quando perguntei o seu nome…
– Acredita mesmo que pode se apaixonar no ponto de ônibus?
– Você não é louca por Guns n Roses.
–Posso ter loucuras piores!
–Mas você não é louca por Guns n Roses.É o destino te encontrar aqui, nesse banco de onibus.
– Eu era a única nesse banco.
– Vá entender as razões da vida.
– Fala mais. – disse decidida após dois minutos de silêncio.
– Mais? Sobre o quê?
– De ti.
– “Acredita mesmo que pode se apaixonar no ponto de ônibus?” – imitou sob risos.
– Ah… “Vá entender as razões da vida”.
Acabaram a noite escrevendo seus nomes no banco. Lado a lado.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

De quando eu me apaixonei

Percebi o quanto isso estava mexendo comigo à partir do momento que comecei a me encaixar em toda música que tocava no rádio, todas elas me lembravam você, bom ou ruim, você estava lá em cada uma delas.
Tati Bernardi 
As pessoas, sempre tomando todas as decisões. E então decidem partir, ir embora. Me diz se errado, eu ter decidido não ficar esperando ? e decidir que não preciso de ninguém ? me diz se foi errado, aprender a dar todo o meu amor a mim mesma. Eu não agradeço por ter conhecido algumas pessoas idiotas, agradeço a vida por ter me dado a oportunidade de perceber, que eu mereço coisa melhor, gente de verdade. Agora o destino é meu, eu escolho quem entra, quem vai permanece, só não quem sai. Desculpa ai meu bem, mas agora quem manda aqui, sou eu.

domingo, 17 de junho de 2012


Ela esquentava suas mãos enquanto encolhia suas pernas frias e nuas deitada na cama com mais um romance de época. Já ele, se largava numa poltrona qualquer e ouvia mais um CD de música italiana qualquer. Um sentia a falta do outro. Mas estavam longe, separados. Cada um sentindo o frio da solidão em seu canto. Mas porque diabos eles estavam sentindo o frio da solidão sendo que podiam estar juntos aproveitando-se do calor humano? Isso se chamava precaucao com uma pitada de medo. Medo de se apegarem demais um pelo outro, por não ser mais correspondido aquele lindo e quente amor. Um medo idiota. Não sabiam se arriscar, preferiam o frio da solidão a correr um risco. Um medo tão bobo que os deixava cada vez mais longe de si mesmo, mais longe do calor humano… Mais longe do amor.

sexta-feira, 15 de junho de 2012

“Você pode conhecer vinte caras bonitos e que te entendem muito bem, dez caras legais que cuidam de você como se fosse um diamante precioso, uns outros tantos inteligentes, atraentes, bacanas e engraçados em ordem aleatória. Nenhum deles te encanta. Por que? Falta o tão chamado click, aquele jeito especial que ninguém explica. Pode ser o jeito de mexer no cabelo, a forma como ele te olha, que conversa contigo ou até mesmo um jeito secreto que nem o profeta mais sábio percebe, mas que está lá, você pode ver. Entre tantos milhares, talvez um ou outro se salve ao filtro do ‘jeito’, e daí você percebe: é esse que eu quero abraçar e não largar mais, com quem eu quero me enrolar embaixo de cobertores e com quem eu quero dividir todos meus segredos. Baseado no que? Num jeito inexplicável ao resto do mundo.”

E ele senta de frente pra mim na mesa do restaurante, toca alguma sinfonia que me parece Vivaldi, a doçura do vinho desce lentamente pela minha garganta, ele pega na minha mão sobre a mesa e na minha coxa embaixo dela e diz:
-Vem comigo, me deixa te fazer feliz!
E eu irei.

 Eu amo como sua calça nova fica bem em você e como até de chinelo você fica elegante , gosto muito do teu cheiro, do cheiro que me desperta desejos e fantasias, o cheiro que me traz paz e borboletas ao estomago, minha amortencia. Gosto de você ser novinho em folha, gosto de me sentir louca por você.
E você nem sonha que sou meio bipolar. Que quero ter filhos mas não acredito no amor, não acredito no para sempre. Talvez você suspeite, afinal não temos só aquelas conversas leves e engraçadas, e eu adoro o jeito que você sorri enquanto eu falo impropérios e coisas nonsense. Mas até o teu silencio olhando pra mim é bonito...quando me chamas de "pequena". Quando estás feliz, quando entras numa sala e tudo se ilumina. Quando roubo teu celular. Quando dançamos. Quando és meigo e quando as tuas mãos por mim, tuas mãos em mim.
Mas continuo repetindo pra mim mesma que não gosto de você.Não gosto de você. Porque eu sei que se eu gostar de você...E você vai embora...E eu simplesmente não aguento mais ninguém indo embora. Por isso continuo fingindo não precisar da sua companhia e ignoro minha urgência de você. Então eu  "Peço pra você ir embora. E você jura que eu não estou nem aí pra você. Melhor assim. Dessa vez quero fazer tudo certo. Chega de fazer tudo errado. E eu te espio da janela, indo embora. E quero berrar o quanto gosto de você. E te pedir em namoro. (…) E se você não se apaixonar por mim mesmo com todo esse teatro de moça banal que eu estou fazendo, vai ser a prova de que eu precisava pra saber que você realmente vale a pena."
É aquela velha história. Amor, pra mim, só dura em liberdade. Nasci pra ser livre e – quem quiser- que me deixe assim.
-Tati Bernardi
Foto: É aquela velha história. Amor, pra mim, só dura em liberdade. Nasci pra ser livre e – quem quiser- que me deixe assim.

“- Eu nunca gosto de nada, e gostei tanto de você.
- É?
- Droga.
- O quê?
- Eu falando de gostar.
- E daí?
- E daí que vai acontecer tudo de novo.
- O quê?
- Vou sentir demais, falar demais, escrever demais. E você vai embora.”

Tati Bernardi

quinta-feira, 14 de junho de 2012

Winston e Júlia

 
-Escuta. Quantos mais homens tivestes, mais te quero. Compreendes?
-Perfeitamente.
-Odeio a pureza, odeio a virtude. Não quero que exista virtude alguma, em parte nenhuma. Quero que todos sejam corruptos até ossos.
-Então eu sirvo, querido. Sou corrupta até os ossos.
-Gostas de fazer isto? Não me refiro a mim, somente. Gostas da coisa em si?
-Adoro!

Acima de tudo, era o que ele desejava ouvir. Não somente o amor de uma pessoa, mas o instinto animal, o desejo simples, indiscriminado; era a força que faria a derrocada do Partido. Apertou-a contra o chão, esmagando campânulas. Desta vez não houve empecilhos. Dentro de algum instantes, o ofegar do peito de ambos voltou ao normal, e com um agradável torpor, permaneceram imóveis. O sol parecia ter esquentado mais. Ambos tinham sono. Ele puxou o macacão abandonado e cobriu-a um pouco. Quase imediatamente caíram no sono e dormiram cerca de meia hora.

George Orwell in 1984 



*Um dos meus livros favoritos, Orwell é incrivel. Dizem que a relação de Winson e Júlia era puramente carnal e nada romântica. Mas eu tenho certas dúvidas em relacao a isso, afinal, o que senti diferentes coisas em vários momentos entre os dois ao ler 1984. E mesmo que fosse. Qual o problema? Afinal, numa sociedade onde tudo se controla, algo que seja irracional, impensável, incontrolável e absolutamente humano, tem que ter destaque. E pra mim, esse casal o tem.
Quero ler mais livros. Escutar mais músicas. Assistir mais filmes. Quero ter menos preguiça, sentar mais no chão, correr mais pelo parque. Sabe, essas coisas fazem com que eu me sinta livre. Acho ruim a gente ter que se aprisionar. Quero sair de noite, caminhar sem rumo, ficar olhando para o céu. Pode soar bobo, mas isso pra mim é tão importante.
Clarissa Corrêa. 

That´s the stuff

Duas coisas:
-Quando eu digo "vai lá" não é pra você ir animal!
- Ouvir um "Eu senti sua falta" ou um "Senti saudades" as vezes faz um bem.

E o que se tira de tudo isso? Mulheres são sarcásticas e irônicas 80% do tempo. E homens não entendem nada de subentendidos.
Eu sou uma mocinha. E mocinhas só se declaram depois de um mês de namoro. Ou depois que o garoto fala que gosta delas. Dessa vez vai ser assim.
Tati Bernardi.
Quando eu estiver triste simplesmente me abrace demoradamente.
Quando eu estiver louca me abrace bem forte.
Quando eu estiver feliz me abrace mais.
Quando eu estiver com sono me abrace devagar.
Quando me encontrar me abrace com muita saudade.
Quando....
Só me abraca, tá bom?
Vampire diaries

Das Cartas

Sweetheart,
Eu já desisti de tentar controlar meus sentimentos perto de você, você sempre vai me fazer sentir um elevador seco subindo em todos os meus andares quando meus olhos te encontrarem. Mas não dá, não dá mesmo, nem de brincadeira. Não dá pra eu te ligar e pedir amor, porque amor não se mendiga. E também não sei se quero seu amor. Esse seu amor Hammletiano, esse amor Chico Buarque,esse amor de Mr. Darcy. Não, se encaixa com a mulher poderosa e bem resolvida que estou me tornando. Não, se enquadra nessa minha vida de papeis por todos os lados, de crianças saltitando na barra da minha saia, de músicas sem letra, de livros sem melodia.
Mas tenho sentido tua falta, me falta tua mão massageando a minha, me falta teus pelos se arrepiando a mencão do meu toque, me falta meu encosto de ombro com cheiro de céu, me falta tua voz grave discutindo ideias, me falta a paz que eu sinto ao teu lado, sinto falta de você tentando solucionar meus problemas como se fossem meras equacoes.
E eu notei que eu realmente gosto de você, começou comigo te emprestando um lápis, depois te emprestei meus sábados, até que comecei a te emprestar meus preciosos livros e percebi que estava começando a ficar perigoso. Você não sabe o quanto isso me assusta, o quanto essa coisa de se envolver me dá arrepios. Se envolver envolve apego. E o grande problema, você sabe, não podemos nos apegar, não agora e eu realmente não sei o que fazer Sweetheart, só sei que I already miss you and you just walked out the door.
Camila A

terça-feira, 5 de junho de 2012

Das cartas



Alice,
O romantismo se foi de mim. Pensei que assim seria bem mais fácil. Realmente é. Fácil demais. Sem romantizar, cada gesto, cada olhar, cada toque nem foi tao complicado para a virginiana detalhista em mim. Tudo é só o que é, não vejo mais nada por trás, cansei de analisar as pessoas e o que elas fazem como se estivesse lendo alguma história de Poirrot, Sherlock ou mais um do Sidney Sheldon. É bom?Sim. Mas é só isso. Bom. Era o que eu queria. Sim, era. Você sabe. É o que eu sempre quis, não me envolver demais, não me jogar num relacionamento esperando que os bracos dele me apararem e me deparar com o chão duro e seco.
Você deve estar achando isso muito triste.Eu sei. Realmente é. Eu sinto falta. Sinto muita falta. Você sabe que fui muito mal acostumada em relacao a isso.Você sabe que o fácil sempre me agoniou, Alice. Você sempre soube das minhas ambicoes. E que apesar de eu achar o amor a coisa mais feia do mundo, eu queria muito ele. Sei que você nunca vai entender essa minha contradicao, de pensar que o amor é um mito e ao mesmo tempo nunca desistir dele.
What am I suppose to do, little Alice? Aquela música da Adele me veio a cabeça nesse momento, aquela do clipe que voce adora, aquela que diz "Should I give up?Or should I just kepp chasing pavements?Even if leads nowhere. Would it be a waste?" Acho que isso resume tudo que estou tentando te dizer, Alice.
Porque não podemos ter os dois? Eu queria um Dani Zuko me levando pro drive in e me dando o anel dele para tentar pegar em lugares onde nao deveria, queria um Judd Nelson levantando os punhos no ar porque sabe que me ganhou, queria um Patrick Swayse me dando aula de dança, queria andar num cortador de grama com um Patrick Dempser,  queria alguém me esperando do lado de fora da igreja que nem o Jake de Gatinhas e Gatões, queria alguém como o John Cusack segurando  um estéreo na frente da minha casa , tocando alguma coisa como Careless Whisper do  George Michael.
Você deve estar morrendo de rir de mim agora Alice. É eu sei que não estamos mais nos anos 80, e que minha vida não é um musical nem um filme do John Hughes.Eu só queria aquela coisa selvagem e romântica que os "caras" daqueles filmes tinham, nos meus relacionamentos. Só queria  não ser só um objeto sexual, nem só um objeto de devocao. Não sou uma p*ta ou um deposito de esperma (isso soa dégoûtant mas cansei de usar só palavras doces), mas também não sou a Virgem Maria para que me coloquem num altar e a mencao de querer me levar para um me dá coisas. Sim, eu tenho desejos e hormônios selvagens. Sim, meu coracao é de porcelana. Porque ninguém vê minha dualidade Alice? Eu sempre vejo e aceito os melindres de todos eles,eu até gosto dos defeitos que os tornam lindos, não lindos por terem dinheiro ou corpos malhados, lindos por serem únicos, por causa do caráter deles. Acho que eles não viram nenhum desses filmes e os que viram tem o defeito enorme de terem suas vidas no Velho Mundo.
Eu só queria ter um relacionamento feliz, equilibrado, com muitos abraços, carinhos e palavras doces mas muita paixão e selvageria também, queria que eles soubessem dosar as medidas, queria que eles percebessem.
Mas você sabe eu acabo desistindo de pensar, de tentar faze-los ver, então as vezes eu escrevo, as vezes eu faco alguma massa, as vezes eu faco brigadeiro, agora estou esperando a pizza assar no forno.
Camila A.

domingo, 3 de junho de 2012






Supernatural
The Mentalist


Eu quero segurar sua mão.É. Que nem naquela música clichê dos Beatles. Quero segurar sua mão.Lembra daquele filme?Aquele que  assistimos sincronizados, você no continente do "sonho" e eu nesse calor infernal, o Across the Universe? Lembra da versão dessa música nesse musical? A gente meio que ama odiar os musicais, não é? Pra falar a verdade, eu sempre mais  gosto do que desgosto, mas a gente sabe que a vida nunca vai ser um musical. Eu gosto tanto de escrever-lhe, pelo simples fato de que as palavras fluem tao facilmente e me irrita perceber o quanto tudo é tao fácil com você. Você sabe porque me irrita, você soube desde a primeira frase mesmo eu só dizendo que quero segurar sua mão.E vai soar repetitivo mas eu realmente quero segurar sua mão. É uma certa urgência, não, é muita. Não me importa, se pareço piegas e irritante como os Beatles me soam as vezes, mas eu quero segurar sua mão, pequeno. Lembra quando a gente foi assistir um cover deles e cada musica soava como uma musicalizacão das nossas conversas? Como tudo se encaixava? E naquele momento eu estava louca para segurar sua mão. Mas eu também gosto desse silencio, gosto dos grafites nas paredes, gosto das pessoas que correm com pressa, gosto das crianças que contam os passos,  gosto dos panfletos que me prometem trazer você em 5 dias. Mas você ainda não veio, ainda não voltou, como pode ainda não voltar? Pergunto para o sinal vermelho e atravesso a rua suja. Eu não gosto dessas fumaças todas, elas encobrem você. Eu gosto do teu riso tímido e da tua mão gelada que eu quero tanto segurar. Eu gosto de todas essas pequenices, que só são bonitas em ti, e no resto do mundo é defeito.
P.S: Vou aprender sobre a constituicão química das estrelas, só pra te falar sobre elas.
Camila A.
Ter “opinião própria” é uma mentira de publicidade política que acabou se transformando numa ideia virótica e que não aceita a confrontação direta de suas premissas. Basicamente, a pessoa fica cega aos fatos e às verdades, preenchendo tudo que existe no mundo por aquilo que ela acha que existe. É bem um jeito de viver numa loucura neurótica, mas aceita pelo resto da sociedade.


Cato Alberico Ribeiro