domingo, 8 de abril de 2012

Daquele os olhos cor de noite



"Sonhei com você essa noite, baixinha!Estava contemplando aquele lago, aquele cujo qual quando você viu seus olhos brilharam, você disse que era a melhor fotografia que eu já tinha tirado e que a partir daquele momento ir até aquele lago nadar comigo estava na sua wish list; parecia que os pássaros entoavam Für Elise, a sua preferida de Bethoven, aquela que você nunca aprendeu a tocar mesmo que em todas as nossas licoes de piano me pedisse que te ensinasse-a toda vez, você nunca conseguia manter seus olhos abertos prestando atencao nas notas, você sempre fechava os olhos e sorria tao docemente, pra mim você transcendia, e dizia que todos os seus sentidos mostravam seu real valor naquele momento que aquilo era sinestesia pura e que meus dedos sobre os seus te guiando pelas teclas eram o paraíso; o cheiro forte de terebintina me golpeava, aquele cheiro de quando discutíamos arte impressionista e você acabava decidindo pintar meu quarto e nós acabávamos todos sujos de tinta e você dizia que parecíamos um quadro de Klimt fagulhando em terebentina e você me fazia morrer de rir com a sua rapidez de transformar um momento romântico com um discurso feminista sobre a Danae de Klimt; e então você vinha com aquele seu andar saltitante, fazendo violetas brotarem por onde seus pés pisavam, num vestido azul e seu rabo de cavalo balançando de um lado para outro, os seus sapatos vermelhos sobre o paralelepípedo me lembravam Dorothy e você vinha em minha direcao fazendo meu coracao bater tao forte e descompassado, minhas mãos soarem e eu que nunca fui muito condescendente com as metáforas que envolvem as maravilhosas criaturas de Deus só podia descrever o que sentia no estomago usando as borboletas, você se encaixava nos meus bracos tao perfeitamente e me dava um daqueles abraços tao seus... até que você se levantava decidida a ir nadar, nadar sozinha, os ombros que suportam o mundo, foi nesse instante que meu despertador tocou e eu só vi passarem carros, pessoas, chuviscos, placas e prédios pela minha janela. E eu tendo que voltar para a mesma rotina comercial e entediante, uma rotina sem você. Aberta das 8h ás 18h. A mesma rotina. Pode soar-te um pouco pleonástico, mas o cotidiano sem você é exatamente assim! "



Mas o rio continua seu curso querido e eu continuo nadando, com os ombros que suportam o mundo e sim eu ainda te amo, mas não mais aquele amor, te amo porque te admiro, demais!Voce já nao me pertence, te espero calada e provavelmente ainda te adoro com seus bracos na minha cintura or I did last time I checked!

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