quarta-feira, 1 de agosto de 2012


Felicidade? Ah não sei dizer não, Alice!  Quando eu era criança, aos domingos meu pai fazia churrasco e minha mãe uma torta de maça e quando todos sentavam para comer juntava risos, conversas, carinhos, sabores e eu sabia. Aquilo era felicidade! Tinham os fins de tarde quando meu avô chegava com um conto novo, eu sentava no colo dele enquanto ele lia e me fazia cafuné na porta de casa. Depois fui andar de bicicleta. Isso foi meu irmão postiço quem me ensinou, ele vivia lá em casa cuidando de mim. Subi naquela coisa de duas rodas e fui pela garagem, primeira vez que senti o vento contra mim, sob o meu controle: Felicidade. Teve o primeiro beijo, a primeira despedida de amigas, a primeira viagem sem meus pais, o vestibular, o primeiro namorado, as "primeiras" e "últimas" vezes de muitas coisas. Tiveram os encontros, os filmes , as músicas, as peças, os livros, Shakespeare, Lispector, Austen... as perdas que me fizeram aprender, as conquistas, a vez em que bebi demais, a vez em que cuidei da amiga bêbada e ela soube agradecer...O ultimo parabéns que ganhei daquelas pessoas especiais, as pessoas especiais que cruzam meu caminho e as que resolvem ficar nele. Pessoas, dias "coisinhas" no diminutivo pela simplicidade que só aumenta a emoção.Tudo isso foi felicidade, é felicidade! No momento em que os dias grandes e pequenos, as idas e as voltas, o romance e a despedida, o joelho quebrado ou a festa surpresa  pararem de contar momentos felizes eu vou saber falar. E olha, Alice, eu continuo querendo não saber falar.

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