terça-feira, 4 de junho de 2013

Perdi o medo de dizer que me apaixonei por você.

Para onde?




Você estava irritado demais comigo pra atender a  ligação. Mas cada vez que o celular tocava, cada nota te acertava tal como se fossem socos bem dados na boca do estômago. Pensou em desligar. Mas não foi forte o suficiente. 

Comecei achar que eu gosto de me fazer sofrer. 

Resolveu colocar no silencioso. E cada vez que ouvia ele vibrar era como se um sorriso brotasse em seu rosto. Foi quando se deu conta de que aquilo te fazia bem, que inflava seu ego. Se deu conta de que me ver correndo atrás te deixava feliz. Eu e você sabemos que isso não acontecia com grande frequência. Essa dinâmica toda, de DRs e telefonemas, que só acontece em relacionamentos comuns e o nosso nem relacionamento chegou a ser

Nunca acontecia, pra falar a verdade. Eu nunca tinha dado uma de mulherzinha louca. Sempre ia embora quando os caras começavam a mostrar o menor sinal de problema. Nunca me importei, até ser você. Nunca tentei ficar, ancorar ou resolver.

Quando ele finalmente parou de tocar e vibrar

e um silêncio tomou conta do ambiente. Você o pegou. Haviam 7 chamadas não atendidas, 2 correios de voz ( que eu nunca saberia como ouvir, mas você deve saber) e 3 mensagens de textos.

 A primeira “Me atende, por favor”

A segunda “Não faz assim comigo. Precisamos conversar”.
  
E a terceira, na verdade era tão grande, quase um texto que veio aos pedaços, dizia assim:
Eu dei o braço a torcer. Me humilhei até onde pude. Me desfiz da minha armadura de “sou forte”. Eu realmente quis consertar as coisas. Mas e você? Nunca errou? Me ensina a não errar também. Me doa um pouco dessa perfeição. Ah, antes do adeus, eu desejo que se cuide. Mas se cuide muito bem. E continue não errando. Porque um dia você pode encontrar alguém parecido contigo, um alguém que não saiba perdoar. Por, fim…adeus”

Eu não pensei duas vezes. Quando foi sobre você. Não pensei nas consequências, não medi minhas palavras, não consultei meu lado racional, foi impulso. E você sabe, que sou do tipo que pensa muito antes de fazer. Liguei, mandei mensagem, ouvi você me adjetivar das piores formas possíveis para o ego feminino, deixei meu amor próprio e feminismo em segundo plano. Fiz de um tudo e vi o jogo se virar contra mim. Final previsivel.

 Reli aquelas mensagens mais umas duas ou três vezes. Dei ouvido a terceiros, enlouqueci de novo.


Quando me dei conta que lágrimas escorriam pelo meu rosto foi que eu percebi que não era saudável, que eu tinha me apaixonado (eu que sempre tive medo disso), não quando ,nem porque, você resolveu me destratar mas quando decidi que podia ser mais carnal. A percepção do sentimento é que só se dá com a perda, isso é de lei. E quando consciente da "paixão", decidi que o melhor era parar imediatamente com isso. 
 

Sou covarde e não me envergonho de admitir.




Sim eu floriei a nossa história, mas o fundo tematico continua sendo o mesmo meu bem

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