sábado, 20 de outubro de 2012



So I'm a mess babe, I'm a f*cking damage girl boy. You better runaway

Um comentário:

Gabriel Ducant disse...

Eu te olhava de longe. Tú não sabes, mas eu te olhava de longe. Tú sentavas na mesa do canto e eu também, mas do canto oposto. Naquela biblioteca com cheiro de livro mofado, com aqueles adolescentes estudando enlouquecidos pro vestibular, pensando que era a única prova que enfrentariam na vida, que uma pontuação os consagraria numa eterna felicidade, ou infelicidade, quem sabe. Não importa, já tô
fugindo do eixo, e não posso, não há tempo. Te observava de longe. Não sempre, não pense que eu sou algum maníaco psicopata que ia pra’li suportando aquele lugar às vezes tão quente e cheio de ruídos juvenis só pra te observar de longe. Diferente de ti, que ia pra ler, eu ia pra escrever. Mas tú não me deixastes. Te odiei por um tempo. Como pode? Tú que nem conheço me impedindo de fazer o que amo, o que faço ( se bem ou mal não sei, mas faço) a tanto tempo. Tú vais achar ridiculo menina, mas tudo que eu conseguia escrever era isso “E então os olhos negros dela mergulharam fundos nos azuis dos dele, e aquilo que não passava de rago laso, virava mar” Reescrevi essa frase tantas infinitas vezes que poderia me passar por um louco qualquer. E nome de mulheres, aos montes, pensando que um deles poderia ser o teu. E não faz sentido, eu sei, mas te vi sorrir uma vez, depois de encontrar algum livro na sessão de literatura fantástica , e teu sorriso é mais bonito que a curva da asa de um pássaro menina. E eu quis muito ser o par dessa asa, te entregar a minha. E como já disse, não faz sentido, mas odeio tudo o que faz. Passaram-se três semanas assim, e um conhecido teu apareceu. Descobri teu nome beija-flor, e então me decidi a escrever, sem pensar no quer que fosse que eu sentia quando te via. Mas não queria mais escrever, queria mesmo ir falar contigo, e entender o que havia em ti que fazia haver tanto em mim. Sempre que te olhava estavas lendo, brincando com algumas crianças ou rabiscando algo. Nunca olhando pra mim. E então escrevi, ensandecidamente, escrevi. Marquei um dia pra ir falar contigo, tú me olhando ou não, ensaiei diálogos, sorri sozinho tantas vezes, te quis, te quis. Em uma semana a data chegou, tinha escrito todo um livro, te mostraria um dia, quem sabe? Fui todo perfumado, com meu melhor perfume, minha caneta mais bonita. Tú não viestes. Te esperei até a biblioteca fechar, mas não viestes. Tú, que nunca faltastes antes, não veio logo hoje. E entendi que não era pra ser, amor. Sim, eu acredito nessas coisas de é ou não é pra ser. Eu fui o único que restou aqui, nesse - sem ti - frio e feio lugar. Me perdoe a ousadia de te tomar como musa, é que teu sorriso amor, poderia salvar-me a vida, ou tomar-me ela. Não tive muita opção, o livro se fez. Deixo nosso encontro ao acaso, e que ele nos seja favorável. És adorável Camila. Mas eu sempre quis muito mais que te adorar.