Quantas vezes você precisa errar o alvo para finalmente acertar em mim? Porque eu me coloquei na tua mira tantas vezes…
quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Me
intercepte na próxima quadra. Fale da minha loucura, da minha neurose
de muito tentar ser outra quando eu, afinal, já me basto (e como
basto!). Nos dias loucos eu nunca me escuto, talvez eu vá te escutar e
sentar no cordão daquela calçada como uma criança que não sabe voltar
para casa até secar cada lágrima que os meses vieram acumulando. E se
você for o ombro que não tem vergonha de se passar por criança perdida,
mendigo ou adulto apavorado comigo, seria bom. Ter você para cortas as
asas das minhas fugas, seria mais do que bom. Não precisa correr atrás
de mim, apenas corra comigo. A gente descobre até onde pode chegar.
Você, no meio disso, me convence de que ser louca dá trabalho demais.
Marcadores:
autodelatando,
das coisas que eu escrevo
segunda-feira, 29 de outubro de 2012
Por que que me apaixonei por você? É o seu jeito. A gente se apaixona pelo jeito da pessoa. Não é porque você cita Shakespeare, não é porque tens os olhinhos chocolate: é o teu jeito de me dizer versos em voz alta como se você mesmo os tivesse escrito pra nós. É o seu jeito de piscar demorado seus lindos olhos, como se estivesse em câmera lenta. O jeito de caminhar. O jeito de usar a camisa pra fora das calças. O jeito de passar a mão no cabelo. O jeito de me olhar no final das frases. O jeito de beijar. O jeito de sorrir. não consigo nem tentar explicar isso.
Marcadores:
autodelatando,
das coisas que eu escrevo
sábado, 27 de outubro de 2012
![]() |
No fim de tudo foram poucos os amigos verdadeiros que eu construí. Todos aqueles que eu pensava que eram não demonstram mais isso, e talvez nunca tenham demonstrado de verdade. É quando a gente precisa de alguma companhia que percebemos o quanto somos sozinhos. E é fato: não dá pra formar pares com um número ímpar. E afinal, o ímpar que sobra nessa história sou sempre eu. |
Alice.
Me disseram que meu problema era que eu guardava tudo pra mim. Então eu fui lá, abri minha caixinha de segredos e dores pra um, ele olhou e... só olhou, pra outro que não deu atencao, pra outro que não tinha tempo, pra um que não se importou nem um pouco, pra uma que pensou que entendia mas na verdade não entendeu nada, pra uma que tentou me forcar a resolver tudo as três porradas, outra que diz que o que posso fazer é pensar.... De que adiantou, eu mesma, já tinha tido todas essas reacoes e de nada tinham me servido.
Eles dizem: você tem de dividir suas dores. Com quem? os outros não querem saber das minhas dores, eles não precisam já tem suas próprias dores para ignorar e fingir que não existem e que são felizes.
Eu já sabia que não poderia contar com ninguém mas confirmar isso foi cair do penhasco sem nenhuma tentativa de alguém tentar segurar meus pés no solo. É uma daquelas verdades doídas que todo mundo sabe mas que todo mundo despreza e acha que nunca vai acontecer com você.
Eu pedi ajuda silenciosamente, pedi sussurrando, pedi escrevendo, pedi cantando, implorei chorando, supliquei abracando, gritei aos quatro ventos, publiquei em todas as mídias, desenhei no meu rosto o que só tornou mais clara a minha invisibilidade e a fraqueza da minha voz. Me veio a completa certeza de minha insignificância.
Reciprocidade é uma merda! Ela é só uma palavra, não adianta eu por minha dor no bolso quando alguém precisa da minha ajuda que ninguém vai fazer o mesmo por mim. Não que as pessoas queiram me ver caída, na lama, sofrendo, sangrando elas simplesmente não querem me ver, não quando eu estou em cacos e sou inútil para seus fins.
E tudo que eu precisava era de colo e abraco.
E eu já sabia de tudo isso, mas a confirmacao doí irremediavelmente.
Camila A.
Marcadores:
Alice,
autodelatando,
das coisas que eu escrevo
quarta-feira, 24 de outubro de 2012
Need
“Porque me deu agora de repente uma vontade
danada de abraçar você, mas de corpo presente e ficar junto, sem
assunto, deixando a vida passar.”
— | Mário de Andrade. |
“Para todos os homens que dizem: “Porque comprar
a vaca, se você pode beber o leite de graça?”, aqui está a novidade
para vocês: Hoje em dia 80% das mulheres são contra o casamento e sabem
por quê? Porque as mulheres perceberam que não vale a pena comprar um
porco inteiro só para ter uma linguiça!”. Nada mais justo!”
— | Arnaldo Jabor |
Marcadores:
Arnaldo Jabor,
feminices,
literalidades
sábado, 20 de outubro de 2012
“Eu tento tanto te fazer feliz, mas acontece que eu sou desastrada.”
— | Mallu Magalhães. |
Marcadores:
autodelatando,
essas musicas que me tocam
“A garota mexicana que lhe deu o café olhou-o
como se ele fosse um ser humano. A pobrezinha conhecia a vida. Uma boa
garota. Bem, uma garota suficientemente boa. Todas significavam
problemas. Tudo era sinal de problemas. Lembrou-se de uma afirmação que
tinha ouvido em algum lugar: Viver era um problema.”
— | BUKOWSKI, Charles. Ao Sul de Lugar Nenhum - Os assassinos. |
Marcadores:
autodelatando,
Bukowski,
literalidades

So I'm a mess babe, I'm a f*cking damage girl boy. You better runaway
Marcadores:
autodelatando,
das coisas que eu escrevo,
frases de filmes,
movies stuff
“Acho que a única razão de sermos tão apegados em memórias, é que elas não mudam, mesmo que as pessoas tenham mudado.”
— | Pretty Little Liars |
Marcadores:
frases de filmes,
movies stuff,
tengo una teoria a respeito
Deviamos conversar

“Me diz alguma coisa, vai. Me fala tudo aquilo que eu ando louca pra ouvir da sua boca. Sussurra, então. Ou me ensina a receptar telepatia, essa língua que só os inteligentes e evoluídos e incógnitos e brancas-nuvens conseguem decifrar. Porque eu já estourei minha cota de intuição. Diz que me adora, que gosta de mim, que sente saudades minhas e uma vontade insana de me ver em plena quarta-feira. Sei que não muda nada, mas eu preciso ouvir. Ou isso, ou eu pego minha bicicleta e dou o fora daqui. Agora. Sabe, não está dando muito certo, (...) E você só olha meu desespero patético e fica rindo. E então? Como vai ser?”
-Gabito Nunes
sexta-feira, 19 de outubro de 2012
Tu me olhas com aquele olhar pré-lágrima e eu tenho vontade de rir.
E me perguntas de novo, quase se respondendo.
- Pequena, não tem como você ficar mais um pouco não? Te preparo um fondue, te compro aquele vinho, te cubro de beijos.
E eu sorrio da tua beleza, tão rara, tão bonita. Dá até vontade de largar dessas malditas regras que criei pra mim e te responder algo como ‘vou só buscar as malas amor, me espera pro jantar’. Mas não dá. Ou eu, ou você, ou os deuses - quem sabe? - iria, iriam estragar esse jeito bonito que tu me olhas, e ia doer. E dor é o tipo de desperdício de tempo que eu não quero mais. Só as minhas, só as que vem de mim. Tá confuso baby? Não entende? Não esperava que entendesse.
-Não dá, tenho mesmo que terminar aquele livro, pra’quela aula.
Digo enquanto fecho o portão, enquanto luto com uma maldita voz em mim que me pede pra ficar, que diz que seria diferente. Nunca é.
E me perguntas de novo, quase se respondendo.
- Pequena, não tem como você ficar mais um pouco não? Te preparo um fondue, te compro aquele vinho, te cubro de beijos.
E eu sorrio da tua beleza, tão rara, tão bonita. Dá até vontade de largar dessas malditas regras que criei pra mim e te responder algo como ‘vou só buscar as malas amor, me espera pro jantar’. Mas não dá. Ou eu, ou você, ou os deuses - quem sabe? - iria, iriam estragar esse jeito bonito que tu me olhas, e ia doer. E dor é o tipo de desperdício de tempo que eu não quero mais. Só as minhas, só as que vem de mim. Tá confuso baby? Não entende? Não esperava que entendesse.
-Não dá, tenho mesmo que terminar aquele livro, pra’quela aula.
Digo enquanto fecho o portão, enquanto luto com uma maldita voz em mim que me pede pra ficar, que diz que seria diferente. Nunca é.
quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Primeiro veio o sol, não parecia poético ou inspirador, tava mais pra uma bola de fogo incandescente destinada a lhe derreter a maquiagem. Eram duas da tarde, e nessa hora ninguém - nem mesmo o sol - tem alguma piedade. Comprou um picolé rosa choque pela impossibilidade de ver qualquer outra cor depois de vê-lo, se perguntou o que ele pensaria quando chegasse e a visse assim, chupando picolé rosa choque. Sorriu. Às duas e quarenta e cinco pegou um livro de Dickinson, e o fechou cinco minutos depois, não queria estragar Dickinson com a espera. Circulou a praça alguma vezes, uns mendigos com olhares longos, sabiam que ela estava perdida. Ela sabia que sabiam. Só alguém perdido pode ver os olhos de quem está perdido. É uma questão um tanto óbvia… não se pode enxergar o interior de um labirinto que não se cruzou. Ele não vem. Ela pensou pela primeira vez às três e meia. Ele não vem. Não é incrível a dificuldade que a maioria das pessoas tem em mentir pros outros e a facilidade que todas tem de mentir pra si? O ônibus quebrou, ele esqueceu de colocar gasolina, a mãe - meu Deus, dona Mirtes! - teve um enfarto. Ou… bem… não, essa não. Resolveu lhe escrever um poema às quatro.
‘Se você soubesse - monamour, se soubesse - o quanto teu riso é
mais bonito que o sol. Não sou poeta, menina ou violão. A única rima que
tenho com sol é dó. O que dó faria num poema pra ti? Coisa nenhuma, se
você me estendesse a mão.’
Achou horrível e escondeu na bolsa, de costas pro livro de Dickinson, que ela também não pode ver. Pensou então que dó e piedade dizem a mesma coisa mas piedade dói mais, estranho. Eram quatro e dez, o sol já não doía tanto. As nuvens escureceram e começou a chover. Tinha sol, tinha chuva, esperava que aquela história da viúva se casar fosse real, imaginou uma mulher com cinquenta calendários vencidos vencendo esse acompanhada e feliz, sorriu. Ela… bem, tinha mais uns dias pra vencer só. Às cinco desistiu de esperar. A chuva passou e a água que ficou no seu corpo a fazia tremer. Se levantou, deixou o poema ruim no banco com uma mancha seca, era onde estava sentada. Observou ele voar até a poça d’água mais próxima, viu suas letras embaçarem, estourarem, se mesclarem, nem Dickinson o leria. Acenou pros mendigos, viu dó neles, dó dela. Não pensou nele, ele não existia mais. O enfarto não foi em Dona Mirtes não, foi nele. Fulminante, morreu na hora. Na cabeça dela, sim. No aeroporto riscou todos os países que tinham alguma letra do nome dele e que rimavam com dó.
Foi feliz no Uzbequistão.
It is not a competition
Se
não sabemos jogar, então larguemos os jogos, baby. Os planos que se
armam, os testes, as táticas e as armadilhas: para que tudo isso? Sentimento
se prova olho no olho, não é? Joguinho de eu-só-ligo-se-ele-ligar ou
vou-fingir-que-não-estou-em-casa: por quê? Ou melhor, para o quê? Eu não
sei fazer isso, a minha sensibilidade sempre me atropela e acabo sendo o
lado que logo cai, diz que não aguenta mais essa dureza toda nas
palavras e nos gestos, que dirá os malditos jogos! Sentir se faz com sentir
e deveria ser simples como escrever isso em papéis na sua estante. Sem
jogos, baby. O empate é para melhor para todos os lados.

Marcadores:
autodelatando,
ENTALADO NA GARGANTA,
imagens que falam
segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Como quem paga as próprias contas, liguei pra saber como estavam as coisas e as coisas estavam boas. Liguei pra saber o que ele andava fazendo e ele andava jogando videogame, futebol e sinuca, e também frequentando churrascarias e shows de rock ao ar livre.
Na outra semana, liguei pra saber o que tínhamos para hoje à noite e ele não atendeu porque corria oito quilômetros no parque. Liguei ontem e ele estava com vontade de ficar sozinho, havia montes de coisas que ele precisava botar pra frente.
Não era saudade, nem amizade, nem animosidade, nem qualquer outro sentimento associado a afeto, ou seja, nada que o Peter Frampton pudesse roubar para usar numa canção. Era só um garoto.
Era vontade de corpo. Nunca conheci uma garota que não gostasse de ser tocada de vez em quando. Às vezes tenho a impressão de que os rapazes não sabem realmente como funciona a solidão.
Assinar:
Postagens (Atom)