E isso parece fundamental pra que eu me conserte.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Das verdades irônicas
Você
 faz faxina em seu escritório, em sua bolsa, em sua casa, mas não faz 
uma faxina em tudo o que perturba a sua alma. Você não desliga a sua 
mente, não gerencia seus pensamentos e vive fazendo velório antes de 
morto. O que significa isso? Significa sofrer por antecipação, viver 
problemas que ainda não ocorreram e que talvez nem ocorram.
-Augusto Cury 
Das complicações "amorosas"
 
 
Agora
 a gente discute o relacionamento que nunca tivemos coragem de ter. Ela 
diz que sou um cara bacana mas faço questão de parecer babaca, eu digo 
que ela sabe que é gostosa e especial, por isso trata os outros feito 
lixo. Ela argumenta sobre algo, que se eu bem entendi, tenho um pênis no
 lugar do nariz. Digo que se não tivesse chegado a tempo, ela estaria na
 fila do banheiro levando uns amassos daquele
 sujeito só pra se sentir sexy amanhã. Ela não vai cair na minha. Eu não
 estou tão desesperado assim.E sempre há o ato final, sem aplausos, com a
 pequena plateia farta de nossas más atuações. Vão me dizer “Ei cara, se
 decide, ou caga ou desocupa a moita, tem mais gente interessada, não vê
 que assim trata a menina mal?”, e vão aconselhá-la “Depois não adianta 
chorar uma semana inteira e me ligar achando que posso dormir uma noite 
lá e consolar você”. É sempre a mesma coisa, mas é que, sei lá, as 
coisas parecem menos complicadas enquanto a gente se beija.
-Gabito Nunes 
Marcadores:
autodelatando,
coisas que me irritam mas eu adoro,
Gabito Nunes
sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

Eu
 queria dizer que você podia deixar a música ligada. Digo sempre que 
não, faço careta e reviro os olhos, mas eu adoro essas músicas que só 
você entende de onde saíram. Você pode deixar a janela aberta também, se
 quiser. Eu não gosto do sol, mas achei bonita a forma como você gosta, 
suas paixões por coisas assim são inspiradoras, você vê além das 
superfícies e pensa que isso não vale de nada. Atrás desse seu porte 
todo indiferente, tem a sua sensibilidade, e eu gosto, queria dizer que 
gosto demais dela. E, se pudesse, queria dizer também que você pode 
fazer aqueles bolos estranhos, que pode me contar dos seus namoros 
antigos sem que eu faça drama e pode me levar para conhecer os lugares 
que gosta, mesmo que eu os olhe com um olhar desconfiado - desconfiar 
era meu verbo de lei na vida desde muito antes de você, não é pessoal. 
Eu sou assim, acabo me escondo em mim, você precisa ter força para me 
achar. Precisa querer muito me achar. Mas o tempo nem sempre é amigo, e 
eu não sei se você ainda quer saber de tudo isso, se ainda quer ter 
força para seguir cavando a minha solidão e penumbra. Eu não sei se você
 entende… Eu só queria dizer que gosto quando você fecha os olhos e 
pensa que eu não sei no que pensa. Eu queria ter tempo e palavras 
certas. E que você tivesse vontade e ouvidos.
 
 
Quando
 a chuva veio… ah, quando a chuva veio eu quis contar as gotas que 
molhavam, as nuvens que caíam, os passos corridos que os transeuntes 
davam! Quando a chuva veio a alma quis lavar, gritar, sacudir o corpo 
inteiro. Quando a chuva veio isso parecia um sertão há 365 dias sem ver 
água, e não digo um ano, não: são 365 dias para sentir a secura de cada 
um, na saudade, na sobriedade, na raça e no peito. Parecia o feto 
apressado querendo conhecer o mundo, ninguém esperaria mais um segundo 
para abrir as portas e lavar a alma. Sabe-se lá que sujeira a vida fez, 
porque às vezes jogar sujo não é somente com as cartas em mãos. Quando 
choveu, aquela gente toda correu em desespero, uns queriam fugir, outros
 queriam encontrar. Eu era a estátura que na chuva só enferrujava, e 
mesmo assim corri. As nuvens não sabiam se riam ou se choravam. Nem eu 
sabia mais o que era riso e o que era choro. Felicidade e tristeza são 
vizinhas, vira a esquina é uma, vira de novo e é outra. Amigo, não tem 
placa de rua que salve esse encontro, essa mistura. Essa é a minha rua. E
 aqui a chuva se some por dias. A alma se contorce, o chuveiro mais 
próximo não serve. Não, eu não quero um pano molhado. Estou como está o 
sertão. Ele seca, todo o povo chora e o céu ignora. E é por isso, 
unicamente por isso, que quando a chuva veio, eu fui.
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