segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Alice no País das Maravilhas não é um livro para crianças


Quando o li pela primeira vez ainda compartilhava da opinião de Alice que um livro so e bom quando tem figuras e dialogos e o filme da disney não ampliou nada essa visão mas quando o reli agora mudei completamente de opinião.Aguardando ansiosa a versão de Tim Burton para as telinhas...
O livro implica questões de lógica (com uso freqüente do
absurdo), física (antecipando, em relação às dimensões de
tempo e espaço, o horizonte espantoso da ciência contemporânea)
e filosofia. Neste último caso estão o enigma da identidade
pessoal (assunto da filosofia contemporânea), controvérsias sobre ética
(portanto sobre valores associados ao nosso comportamento),
disputas sobre linguagem (o problema do sentido das palavras,ambiguidades)
Alice nunca deixou de ser o que sempre foi
— um livro de prazer para leitores de todas as idades, uma
experiência das mais surpreendentes e deliciosas que o mundo
dos livros pode oferecer: narrativa fluente e rica, linguagem
brilhante e simples, diversão num ritmo de inteligência veloz
(não de burrice veloz, como ocorre hoje em clips, games e em
muito da televisão e do cinema)
A Duquesa, uma das personagens mais loucas deste livro
“louco”, diz a Alice: “Seja aquilo que você pareceria ser”, e
logo passa a explicar a coisa “de um modo mais simples”:
“Nunca imagine que não ser diferente daquilo que pode
parecer aos outros que você fosse ou pudesse ter sido não seja
diferente daquilo que tendo sido poderia ter parecido a eles ser
diferente.”
O célebre gato de Alice prova que é louco com uma
curiosa demonstração “lógica”: “Para começar”, disse o Gato,
“um cachorro não é louco. Concorda?” “Acho que sim”,
respondeu Alice. “Bem”, prosseguiu o Gato, “você vê um cão
rosnar quando está bravo, e abanar o rabo quando está feliz.
Agora, eu rosno quando estou feliz e balanço o rabo quando
estou bravo. Logo, sou louco.”

Um comentário:

Felipe Alencar disse...

Bem,sabia que a maioria desses 'contos de criança' sempre tem alguma crítica implícita.Por exemplo,'Chapeuzinho Vermelho',que em sua versão original é chamada de 'Capuzinho Vermelho',traz em sua moral-pois é uma fábula-,uma crítica ao estupro.Mas achei muito interessante mesmo essa forte interpretação de 'Alice no país das maravilhas';na verdade sempre achei essa uma história muito louca,e como as outras versões cinematográficas para este livro,esta,dirigida por Tim Burton,será com certeza muito louca.Obrigado Camila,por nos aproximar das notícias do mundo literário com seu blog.Abraços e beijos!