quarta-feira, 18 de setembro de 2013

As despedidas não estão escritas. Os casamento estão: na praia, em Las Vegas, na Igreja, para milhares, para somente dois. Os encontros estão: na praça, no ônibus, na roda de amigos, na faculdade, no serviço, do outro lado do mundo. As dificuldades e os sucessos também. Se as despedidas fossem mesmo escritas, eu duvido que partiríamos, pelo menos sozinhos. A partida, inevitável que só ela, está ali no livro de cada um de nós, mas a cena da despedida é o pavor de qualquer escritor. Porque o monólogo dos pensamentos e da dor em meio a um beijo ou um abraço é ensurdecedor. Faltam palavras na despedida; quem vai comprar a folha em branco sem entender o contexto? Na despedida está escrito: sem lágrimas. E, então, a gente se entrega ao choro, à saudade antecipada, ao medo do que as idas e vindas nos reservam. Na despedida a gente pensa que é forte e se permite ser fraco. Não há quem goste de despedidas. E é delas que até o destino treme as pernas. Só quem se despede sabe o peso de não se traduzir.

Camila Costa

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