sábado, 8 de dezembro de 2012

Das cartas

Me escondo no texto e escancaro você. Para te dizer palavras repetidas. Para te arrancar um meio sorriso. Para te ver parando no tempo e me lendo, relendo e concluindo. Te ver nunca foi um passatempo, mas te escrever sempre foi um grande grito de quem corre contra o tempo.

 Você sorri, dá a volta em si, limpa os dentes com a língua e mesmo assim parece não pensar nada. Tua cabeça me prende, mas acho que nunca te prendeu. Você não tem laços e eu nunca soube enfeitar presentes. Você talvez precise de mim sem saber. Eu talvez não saiba te ajudar mesmo querendo. A culpa não dorme… E se fosse eu quem tirasse o pó da sua alegria?

Você passa enquanto eu fico. De relance, me olha. De costas, me esquece. Pois me levar na bagagem nunca foi alternativa, acertei? Acertei.
Para te dizer palavras repetidas… Eu penso tanto, tanto, tanto no que jamais você pensou.


Camila A.

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